British Medical Association sugere banir cigarro de filmes como forma de diminuir o vício. Se você é um dos fãs da figura enevoada do Canceroso em seus encontros com Mulder no seriado "Arquivo X" ou das divas dos anos 40 envoltas em redemoinhos de fumaça azulada, saiba que estas e outras cenas podem em breve ser uma coisa do passado. A British Medical Association sugeriu o fim das cenas com cigarros em filmes como forma de diminuir o vício, principalmente entre os jovens.
Reunida em uma conferência em Edimburgo, na Escócia, a associação sugeriu que a classificação etária dos filmes leve em consideração a existência de cenas em que os personagens aparecem fumando, e que os filmes apresentem avisos sobre o assunto. Além de mais controle sobre as imagens, os médicos também sugeriram ações no dia a dia, entre elas que os maços de cigarro sejam brancos e ilustrados somente com uma mensagem anti-fumo do governo, o fim das máquinas de venda, a diminuição do número de lojas com permissão para venda de cigarros e um preço mínimo para o produto.
O relatório da conferência, intitulado "Forever Cool", analisou os filmes da década de 40, repletos de fumantes, e apontou um declínio das cenas com cigarros entre 1950 e 1990. A associação, no entanto, aponta nos últimos anos um aumento das cenas com o que eles denominam "imagem positiva do fumo", entre elas o poster de "Pulp Fiction", que mostra Uma Thurman fumando numa pose sexy. Outro filme criticado pelos médicos foi "Independence Day", em que Will Smith acende um charuto cada vez que mata um alienígena.
Segundo a diretora de ciência e ética da associação, Vivienne Nathanson, a proibição do fumo em bares e locais públicos na Inglaterra, que entrou em vigor ano passado, contribuiu para uma queda no número de fumantes. A médica, no entanto, informa que os números começaram a cair em ritmo menor nos últimos anos e 9% dos jovens entre 11 e 15 anos são fumantes regulares no Reino Unido. Na opinião da médica, se uma novela mostra personagens fumando, então um deles deveria morrer vitimado por uma doença relacionada ao câncer como forma de mostrar a progressão lógica do hábito.
Além da proibição ao fumo em locais públicos, 2007 marcou também o aumento da idade mínima para compra de cigarros de 16 para 18 anos na Inglaterra, País de Gales e Escócia. A mesma medida entrará em vigor ainda este ano na Irlanda do Norte (que também integra a Grã-Bretanha). O objetivo dos médicos é abolir o tabaco no Reino Unido até 2035, mas a guerra promete ser violenta. As sugestões da BMA foram recebidas com ceticismo pelo Forest, um grupo pró-tabaco que considera inócua a remoção de anúncios e displays com maços. Na opinião do grupo, esconder o cigarro pode transformá-lo em algo ainda mais atraente para os adolescentes, e seria mais efetivo transformar as máquinas de venda de cigarros para que aceitassem somente cartões de crédito. Quanto ao cinema e a TV, o Forest considera as ações sugeridas pela BMA similares a censura.
Fonte: Verbo
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