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terça-feira, 15 de julho de 2008

Igrejas evangélicas se voltam para a conversão e o acolhimento de atores pornôs e prostitutas

As religiões pregam que todo ser humano deve ser acolhido por uma igreja, independentemente do "pecado" que carregue. Mas para que o fiel se sinta à vontade para bater às portas de um templo, elas vão ficando cada vez mais segmentadas, formando tribos com perfis parecidos. Atualmente, estão em expansão as denominações evangélicas que se identificam com a questão sexual. Elas abrigam atores pornôs, prostitutas, homossexuais e travestis, entre outros. Nesses templos, a conversão é desejável, não obrigatória. Importante é se aproximar de Deus.

O conceito faz parte do discurso do pastor Giuliano Ferreira, 29 anos. Ele comanda desde 2005 a Assembléia de Deus Ministério de Madureira, em Ribeirão Bonito, interior de São Paulo.As pessoas que freqüentam o lugar se sentem confortadas pela história de salvação do religioso. Há quatro anos, ele ainda era conhecido como Juliano Ferraz, um dos mais atuantes atores pornôs brasileiros, com cerca de 300 filmes nacionais e internacionais.

Giuliano entrou para a indústria pornô em 1999. Com o ofício, conseguiu comprar três casas e ajudar a família. "Mas a angústia crescia junto com a prosperidade financeira", afirma. Largou tudo quando alguns colegas contraíram o vírus da Aids. "Era um sinal para eu parar." O pastor diz que não proíbe ninguém de participar de seus cultos por causa de escolhas pessoais. "Sei que minha história fortemente ligada ao sexo atrai, por exemplo, prostitutas. Elas se identificam com meu passado e acham que também podem mudar de vida. Mas não forço nada nem as recrimino", diz.

As igrejas que acolhem profissionais do sexo despontaram em Michigan, nos Estados Unidos, há cinco anos. Lá, um grupo de jovens pastores criou a XXX Church - as três letras "x" fazem um som parecido com a palavra sex. O alvo é a indústria de filmes pornôs. Empunhando a Bíblia, os pastores pornôs, como se auto-intitulam, invadem os sets de filmagem, na tentativa de tirar alguns atores da carreira. Mas, explicam, recebem da mesma forma aqueles que não desistem da profissão.


Fonte: Texto parcial de IstoÉ

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